FRANCIELEM DO CLSEMENTES DO AMANHÃ
FRANCIELEM DO CL SEMENTES DO AMANHÃ
Bom dia, senhor Saracura. Primeiramente, como os outros membros, gostaria de expressar nossa imensa gratidão ao senhor.
É uma honra para nós poder discutir sua obra diretamente com o autor, ainda por cima Brasileiro e Sergipano, é algo que enriquece nossa compreensão e torna a leitura ainda mais especial.
A forma como o senhor narra as histórias, conectando vidas individuais ao contexto histórico e social, é impressionante. O equilíbrio entre a emoção dos personagens e as críticas às desigualdades da época nos prendeu do início ao fim. Cada página nos fez refletir sobre o passado e suas conexões com o presente.
Muito obrigada por compartilhar sua visão, sua história e permitir que tenhamos essa oportunidade única de aprendizado e troca de ideias.
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Tive dois contos favoritos: "Rouxinol agora é Bedel do Atheneu, e o que vou falar agora :"Tio Omero voltou da guerra"
Conto:
A simplicidade da personalidade, mas ao mesmo tempo tão complexa de cada personagem é algo que prende mais e mais, que faz a gente observar como foi possível trazer em cada conto a reflexão de uma boa parte do Nordeste no âmbito rural e sua história.
É retratado período antes como a Guerra do Paraguai e a Segunda Guerra Mundial. Esses eventos foram devastadores, especialmente para as famílias humildes, que sofreram com os recrutamentos forçados e a perda de seus jovens.
Dentro dessa narrativa, temos Pedro: Jovem caboclo que vive e sustenta sua mãe, Dona Rosa, uma mulher inválida, que depende do seu filho para sobreviver. Não detalha o destino exato de Pedro no campo de batalha, mas sua ausência e o sofrimento de sua mãe são marcantes. Dona Rosa, após perder seu único filho e meio de sustento, acaba vagando pela cidade de Santarém, enlouquecida, cantando uma quadrinha popular, que foi uma das coisas que mais me impactou:
"Meu anel de diamante / Caiu na água e foi fundo / Os peixinhos me disseram: / Viva Dom Pedro Segundo."
Chegando aí, eu já fiquei em choque e me prendeu imediatamente.
Nisso, é apresentado Omero, um rapaz corajoso e decidido da família dos Ferreiros, que diz que vai para a Guerra.
A fé de Mãe Céo é central na tentativa de proteger Omero, com orações, promessas e o rosário rezado pela família. Totonho, pai de Omero, homem duro e pragmático, desaprova a decisão, mas mesmo bravo, também agiu, encomendando missas e buscando ajuda de um macumbeiro.
O desfecho de Omero é carregado de emoção e alívio. Quando ele aparece, marchando pela estrada, a notícia de sua chegada se espalha como fogo. Zé, o irmão mais novo, é o primeiro a reconhecê-lo e corre aos gritos: “OOMERO CHEGOU!”. Totonho, na forja, interrompe o trabalho enquanto Mãe Céo larga o frango que capava e corre para abraçar o filho, com as crianças agarradas à sua saia.
O momento da volta atinge o clímax com Mãe Céo, ajoelhada na areia, tremendo de emoção e lágrimas nos olhos, elevando a voz em agradecimento: “Nossa Senhora das Candeias deu seu jeito!”.
Transmitindo a força do amor familiar, a fé inabalável e a alegria quase milagrosa de ver alguém querido voltar são e salvo, em meio às incertezas e dores de um tempo tão cruel.
Como não se prender a esse conto? A essa fé? É emocionante!!
Gostei muito de como o senhor usou os cenários naturais, como a floresta e o sertão, para criar a atmosfera do capítulo. Isso me fez sentir como se estivesse acompanhando os personagens, a emoção de ver alguém que amamos voltar pra casa, depois de tantos medos.
Dito isso, desculpa pela fala longa, e muito obrigada por todo o ensinamento.
(Por Francielen Teixeira, Lagarto em 2024NOV20 )

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